Política de Cargos e Salários: o que é, benefícios e como implantar
Empresas que buscam reter seus talentos, mantendo em seu quadro funcionários proativos, engajados e produtivos, ampliam os atrativos corporativos. Entre eles estão a política de plano de cargos e salários, um recurso eficiente de reconhecimento de valor e valorização profissional.
Mas, como implantar esse sistema? Quais fatores devem ser considerados? Esse plano é aplicável em todos os cargos da empresa? Existe alguma legislação que ampare essa metodologia ou apresente exemplos de funcionamento?
Para responder essa, entre outras dúvidas, preparamos esse texto, com um conteúdo bem didático, simples e completo sobre o tema.
Empresas que almejam crescimento sustentável, eliminar a rotatividade e motivar suas equipes de trabalho precisam adotar um bom plano de cargos e salários.
Caso contrário, estão fadadas a erros, altos índices de turnover e baixa produtividade. Vamos então conhecer os mecanismos de funcionamento dessa importante ferramenta de gestão de pessoas! Uma ótima leitura!
O que significa a política de cargos e salários?
Política de cargos e salários, nada mais é do que um descritivo que a empresa faz de todos os cargos, suas atribuições, responsabilidades e remuneração para cada uma delas.
Organizar e padronizar cargos e salários é um dos seus principais objetivos, deste importante mecanismo de gestão. A responsabilidade pela sua elaboração e atualização é do setor de recursos humanos.
Assim como a política salarial adotada, a empresa deve criar um plano de cargos e salários, para que toda equipe possa entender de forma clara e transparente, as suas reais oportunidades.
Esse plano serve ainda para indicar a disponibilidade de posições e o potencial de ganho dos trabalhadores.
Assim todos os envolvidos no processo produtivo têm acesso a estas oportunidades, identificando as melhores chances, dentro de suas áreas de atuação ou não. Possibilitando assim, a projeção de um plano de carreira e crescimento profissional.
Além disso, empresas que investem neste tipo de ferramenta de gestão de RH inspiram confiança e credibilidade. Como as demandas de mercado e as inovações estão gerando mudanças em muitas áreas, é preciso manter o plano de cargos e salários sempre atualizado.
Afinal, muitas funções de hoje podem não existir amanhã, assim como novas podem surgir, em especial nas áreas de tecnologias.
Para que serve a política de cargos e salários?
Promover organização e equilíbrio em relação às práticas salariais de mercado são alguns dos principais objetivos da política de cargos e salários.
Em geral essa metodologia organiza o quadro de funcionários, discriminando as responsabilidades e o salário de cada função.
Também institui critérios de evolução em escala hierárquica. Nesse planejamento devem ser incluídas informações sobre as atribuições e peculiaridades de cada cargo em suas respectivas áreas, como operacional, administrativo, técnicos ou executivos.
Assim os funcionários podem ser classificados também por suas habilidades e competências profissionais, de acordo com o trabalho executado.
Um sistema que deixa cargos e salários mais transparentes, principalmente para quem almeja novas oportunidades na empresa.
Esse planejamento contribui para aumentar os níveis de satisfação e de produtividade dos trabalhadores e os ruídos de comunicação.
O que é um plano de cargos e salários?
No sentido literal do termo, esse plano nada mais do que uma planilha com a descrição de todos os cargos e suas respectivas remunerações. Um documento, que deve atender algumas normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e ser homologado no Ministério do Trabalho.
Apesar de não haver uma legislação trabalhista que trate especificamente sobre a gestão de cargos e salários, existem princípios legais de proteção ao trabalhador. Isso para evitar incoerências e distorções que possam acontecer decorrentes da sua função ou do salário recebido.
Sua elaboração também deve seguir alguns conceitos gerais que inclui a discriminação de forma clara e objetiva da tarefa; da função; do cargo, do salário e até o paradigma salarial.
Esse último trata sobre o valor pago a um determinado funcionário, que servirá de respaldo para outro que atua na mesma função ou equivalente, mas que recebe menos por isso. Esse documento deve trazer ainda outras informações importantes desejadas para cada função ou trabalhador.
Entre elas, o grau de escolaridade, experiência profissional, horários e as condições de risco de trabalho. Outro destaque do texto são as regras de ascensão e a política salarial que a empresa pratica.
Algumas empresas até classificam algumas funções por grau de formação e de experiência como júnior, pleno e sênior. São regras que deixam ainda mais claro e transparente o sistema de gestão de pessoas e o processo de hierarquia na organização.
Qual a importância do plano de cargos e salários?
É extremamente importante para empresas que buscam a igualdade e a justiça para seus funcionários. Essa política de cargos e salários torna os sistemas de promoção e de aumento salarial ainda mais seguros e transparentes.
Uma excelente forma para preservar talentos e atrair novos profissionais. O plano oferece segurança para a equipe, que vê oportunidade de crescer dentro da empresa.
Por outro lado, os trabalhadores se sentem ainda mais motivados para atingir suas metas individuais ou em grupo.
A política de cargos e salários também permite melhor planejamento financeiro, por tornar a tomada de decisões ainda mais assertiva, em relação a promoções ou novas contratações.
Importante ressaltar que existem alguns erros que podem ocorrer ao longo do processo de elaboração de um plano de cargos e salários. Entre os mais comuns estão:
– Adotar salários abaixo dos oferecidos no mercado, por empresas do mesmo ramo;
– Criar cargos desnecessários;
– Não elaborar um bom plano de carreira;
– Não definir uma política salarial justa de acordo com os parâmetros de mercado.
Benefícios de se implantar um plano de cargos e salários
Implantar uma política de cargos e salários traz inúmeras vantagens para a organização.
Lembrando que o sucesso desse planejamento dependerá de alguns fatores como proporcionar controles mais eficientes, criando uma cultura de valores salariais de acordo com as especificações de cada cargo.
A empresa deve ainda disciplinar essas remunerações a fim de reduzir decisões arbitrárias e distorções. Com um quadro bem estruturado de cargos e salários, o controle e atualização destas informações serão mais eficientes.
Então vamos saber quais são e entender um pouco mais sobre elas:
Para empresas
– Define melhor as remunerações de acordo com as competências e práticas de cada função;
– Adoção de práticas de remuneração compatíveis com o mercado. Isso corrige distorções salariais entre funcionários que ocupam a mesma função;
– Cria um perfil de acordo com as qualidades exigidas por cada cargo;
– Oferece maior equilíbrio por meio de lista de funções, responsabilidades e resultados estimados;
– Promove equiparação salarial de acordo com as práticas de mercado para cada segmento dentro da organização;
– Com funções e salários mais organizados o RH otimiza os processos de gestão de pessoas;
– Permite ainda criar um plano de carreiras, oferecendo oportunidades para o crescimento profissional dentro da empresa;
– Retém talentos e atrai profissionais mais qualificados, reduzindo as taxas de turnover;
– Facilita os processos de novas contratações;
– Aumento da produtividade. Funcionários valorizados e incentivados se sentem mais dispostos para produzir mais e com qualidade aprimorada;
– Define melhor e de forma clara a jornada de trabalho, horas extras e folgas;
– Proporciona maior controle sobre recursos aplicados em treinamento e capacitação.
Para colaboradores
– Identificação dos atributos profissionais. Assim o RH pode direcionar melhor o trabalhador para funções onde ele possa ser mais dedicado e produtivo;
– Maior transparência em relação à política de salários;
– Motivação dos colaboradores, que se sentem mais valorizados e engajados;
– Transparência em todas as informações;
– Melhor conhecimento sobre as atribuições de cada cargo, bem como suas respectivas competências.
– Aumento da confiança no trabalho e do sentimento de pertencimento;
– Os trabalhadores se sentem mais integrados e reconhecidos;
– Gerar oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional dentro da unidade de trabalho.
Diferenças entre plano de cargos e salários e plano de carreira
Apesar de soarem como se fossem iguais, esses dois termos tem suas peculiaridades e diferenças.
São frequentemente confundidos. Como já vimos acima, a política de cargos e salários é o detalhamento sobre cada cargo, as responsabilidades e a remuneração que o funcionário terá.
Já o plano de carreira traz um conjunto de diretrizes e caminhos que levam ao desenvolvimento profissional. É o objetivo profissional e o interesse que cada trabalhador tem sobre si, seus cargos e suas qualificações.
Um plano de carreira também pode ser desenvolvido a partir do plano de cargos e salários. Um bom plano de cargos e salários traz ainda informações complementares sobre os níveis hierárquicos de cada cargo, bem como sua importância para o crescimento do negócio.
Descreve os valores, os requisitos para se atingir cada faixa salarial e as comparações com as respectivas ofertas de mercado. Já o plano de carreiras traça metas e penalização individual de cada colaborador.
Isso permite e facilita seu crescimento dentro da organização, de forma estruturada e melhor projetada. Um bom plano de carreiras considera alguns fatores como o cargo, as funções, o conhecimento técnico, as habilidades comportamentais, o tempo de trabalho na unidade, entre outros requisitos.
Como desenvolver um bom plano de cargo e salário?
Para esta tarefa o RH deve ser bem detalhista, seguindo um passo a passo bem estruturado. Seu desenvolvimento e implantação precisam estar alinhados à missão e visão que os gestores têm do negócio.
Para isso trouxemos algumas etapas que devem ser cumpridas. Acompanhe!
1 – Organizar todas as informações sobre o funcionamento da empresa, bem como de todos os cargos e seus respectivos salários;
2 – Divulgue o plano colocando todos os funcionários a par sobre seu conteúdo e objetivos. Em especial os recém-contratados;
3 – Discrimine as atribuições e descrições dos cargos de forma simples, clara e transparente;
4 – Avalie e classifique os cargos, de acordo com suas dimensões e hierarquias. Trabalhadores com maior grau de responsabilidade e risco devem receber um salário maior;
5 – Faça uma pesquisa salarial no mercado ou confira a remuneração nos órgãos de classes, como sindicatos. Aqui também deve entrar o pacote de benefícios, incentivos e oportunidades de crescimento profissional;
6 – Crie uma matriz salarial, definindo valores para cada função, de acordo com o regime de contratação:CLT, estágio ou menor aprendiz, por exemplo;
7 – É preciso considerar e calcular os impactos do plano salarial. Ele deve estar em equilíbrio com o planejamento financeiro da organização;
8 – Crie mecanismo para aumentos e promoções;
9 – Feito isso, é hora de colocar todas as informações em uma planilha, e, armazenada em local seguro.
Plano de cargos e salários: como fazer para a sua empresa?
A elaboração de um bom plano de carreira exige planejamento, definição de metas e opções de qualificação. Tudo para evitar que o trabalhador fique estagnado em sua função.
É necessário que a política de cargos e salários traga alguns caminhos para que ele possa se desenvolver profissionalmente e almejar novas posições de trabalho. O colaborador precisa se sentir reconhecido e valorizado.
Desta forma executará as tarefas com maior disposição, tornando- se tornando ainda mais produtivo.
Abaixo trazemos algumas sugestões para que as empresas possam montar seus planos de cargos e salários de forma eficiente e transparente. Confira!
– Organize muito bem todas as informações sobre a empresa e sobre cada uma das funções que integram o processo produtivo;
– Compartilhe com a equipe a metodologia e os critérios adotados;
– Faça um descritivo muito bem elaborado sobre cada um dos cargos. Por exemplo, o que, como, onde, quando, por que e com quem faz determinado trabalho;
– Crie uma classificação para cada um dos cargos;
– A partir de uma pesquisa de mercado, construa uma estrutura de salários, considerando a competência, experiência, maturidade profissional e os custos envolvidos nesse processo de criação do plano;
– Formate a política de cargos e salários em um documento, que pode ser formalizado junto ao Ministério do Trabalho. A partir da reforma trabalhista de 2017, isso não é mais obrigatório, mas pode trazer mais credibilidade junto aos funcionários. Além disso, pode oferecer segurança jurídica na Justiça do Trabalho.
Exemplo de plano de carreira
Existem alguns modelos de planos de carreira pré-definidos que podem ser preparados com ajuda de profissionais e softwares especializados.
Para ajudar as empresas na tarefa de escolher o modelo que mais se encaixa no seu perfil, apresentamos os cinco mais usados no meio corporativo.
– Carreira horizontal – Todos os cargos estão no mesmo nível, sem a possibilidade de ascensão hierárquica. A evolução se dá apenas pela evolução de tarefas e das responsabilidade de cada função;
– Carreira em linha – Padroniza cargos e hierarquia. As promoções podem ser automáticas em função do tempo de trabalho;
– Carreira paralela – Mantém a mesma característica da carreira em linha, acrescida do plano de carreira, com ramos hierárquicos separados;
– Carreira em Y – Aqui o plano de carreira considera os cargos de especialistas, com funcionários com perfil de liderança e garra para subir na empresa. Em determinados momentos, algumas funções podem seguir para áreas distintas como gerencial ou especialista;
– Carreira em W – Nesse plano os trabalhadores encontram alguns caminhos para seguir, que é basicamente uma mistura da carreira em Y. Aqui ele pode se tornar um gestor de equipes ou de projetos;
– Carreira em rede – Semelhante ao modelo em Y difere apenas pela variedade maior de cargos que podem ser ocupados. Assim o funcionário pode escolher a função que mais lhe agrade ou se encaixe ao seu perfil. Mas ela somente poderá ser disponibilizada diante do cumprimento de algumas regras, como metas, por exemplo.
Conclusão
Como já vimos, uma política de cargos e salários é a reunião de diversas atribuições, deveres e responsabilidades inerentes a cada função e salários.
Elaborado de forma clara e transparente, é uma importante ferramenta que o setor de recursos humanos usa na gestão de pessoas. Documento que deve ser compartilhado com os trabalhadores.
Desta forma eles se sentem mais valorizados, fortalecem o elo de comprometimento junto à organização. Além disso, enxergam oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional no trabalho. Tornam-se mais motivados, responsáveis, comprometidos e produtivos.
Especialistas indicam que a política de cargos e salários deve vir acompanhada de uma carteira de benefícios e de incentivos corporativos. Desta forma o clima organizacional será ainda mais positivo.
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), o plano de saúde é o terceiro maior desejo do trabalhador no Brasil.
A análise solicitada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), mostrou que esse benefício fica atrás somente da educação e da casa própria.
Diante da alta demanda, a Conexa Saúde, empresa especializada em plataforma de telemedicina, criou o Conexa Corporate.
Um plano especialmente voltado ao setor corporativo com benefícios para empresas e trabalhadores. Clique aqui e confira.
Fonte: blog.conexasaude.com.br
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