4 coisas que a ciência ainda não sabe sobre a variante ômicron

A variante ômicron, também conhecida por B.1.1.529, foi detectada pela primeira vez na semana passada na África do Sul — mas já colocou a comunidade internacional em alerta.

A tal variante registra 50 mutações, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificá-la como variante de preocupação – o mesmo balaio em que estão as variantes alfa, beta, gama e delta. 

Apesar da denominação assustar um pouco, não é preciso pânico. Bom, pelo menos por enquanto. Quando a variante é dita “de preocupação”, significa que ela possui alterações suficientes, principalmente na proteína spike, que podem fazer com que o vírus ganhe forças e entre com mais facilidade nas células humanas — ou consiga driblar a imunidade gerada pelas vacinas. 

Caso você não esteja familiarizado com esse nome, a proteína spike é aquele espinho visto ao redor do Sars-Cov-2. Ela funciona como uma chave, que se encaixa nas células e permite a passagem e replicação do vírus no organismo humano. A mutação costuma dar aquela forcinha para facilitar esse processo. 

Mas, afinal, a variante ômicron é mais transmissível? 

Apesar de suas várias mutações, ainda não é possível afirmar isso. São necessários mais estudos para avaliar se a variante tem potencial para se espalhar no mesmo nível que a delta, por exemplo. 

De toda forma, podemos pegar alguns exemplos do que já foi visto na África do Sul desde que a variante foi detectada no país, na semana passada. Um gráfico feito pelo Financial Times mostrou que a variante ômicron foi capaz de atingir um número elevado de pessoas em um tempo muito menor quando comparada às suas primas delta e beta.

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Essa situação vai se repetir em outros países?

Não necessariamente. É preciso lembrar que a África do Sul vacinou menos de 30% de sua população total, o que pode influenciar nessa alta de casos. Por enquanto, pouco menos de 20 países, 11 só na Europa, já foram infectadas pela variante. 

Porém, na maior parte destes locais, foram identificados casos isolados, com um ou outro paciente diagnosticado. Para lidar com a situação, muitos países estão fechando suas fronteiras e voltando com as restrições impostas no início da pandemia. Por enquanto, a variante ômicron não foi detectada no Brasil. 

A variante ômicron é mais letal?

Como foi dito no início do texto, a variante possui cerca de 50 mutações, mas ainda não é possível dizer se alguma delas a torna mais letal ou não. Com base em informações já divulgadas, sabemos apenas que nenhum paciente de Covid-19 infectado pela variante foi a óbito ou apresentou quadros graves da doença.

Pelo contrário. Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, Angelique Coetzee, médica que fez o primeiro alerta sobre a variante, disse que o vírus estava causando sintomas leves em seus pacientes, diferentes daqueles que ela havia tratado anteriormente. De acordo com Coetzee, houve um aumento de pessoas jovens e saudáveis com quadros de fadiga em seu consultório.

Não se pode esquecer que todas as variantes são capazes de causar quadros graves da doença, principalmente para aquelas pessoas que se encaixam nos chamados grupos de risco. Por conta disso, a vacinação e o uso de máscaras — principalmente em locais fechados — segue sendo primordial para evitar a infecção causada pelo Sars-CoV-2.

As vacinas vão precisar ser adaptadas? 

Ainda não se sabe se a variante ômicron apresenta resistência à vacinação. Mas é aquele velho ditado: melhor prevenir do que remediar. A Pfizer já tem planos de desenvolver uma vacina que seja eficaz contra a ômicron e colocá-la no mercado dentro de um prazo de 100 dias. 

As farmacêuticas Moderna e Johnson&Johnson não pretendem ficar para trás, e anunciaram nesta segunda-feira (29) que já estão trabalhando em imunizantes focados em combater a variante. 

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