Como as mudanças na produção de alimentos interferem no efeito estufa
Seu prato de comida pode até parecer inofensivo, mas representa uma grande ameaça para o meio ambiente. O perigo está no processo de produção dos alimentos, em que áreas arborizadas são tomadas por pastos, o solo é empobrecido e a água é contaminada por fertilizantes.
E ainda nem entramos na liberação de gases do efeito estufa. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), só a pecuária é responsável por 7,1 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO2) liberadas no ambiente a cada ano.
O agronegócio é responsável, no total, por 14,5% de todas as emissões antropogênicas de gases do efeito estufa. Grande parte disso vem das mudanças no uso da terra e também da fermentação entérica em ruminantes – o famoso pum da vaca, relacionado a liberação de metano (CH4).
A população mundial está em constante crescimento e a oferta de alimentos precisa acompanhar essa mudança. Como garantir a comida na mesa dos cidadãos sem destruir o planeta?
A resposta não é tão simples. O portal Xataka selecionou alguns estudos que buscam formas de mitigar as mudanças climáticas causadas pela produção de alimentação.
Há quem proponha o consumo de insetos, tanto pelos humanos quanto para o gado. A justificativa é que estes pequenos seres são fonte de proteína e requerem um espaço bem menor para serem criados, o que reduziria a pegada ecológica da agroindústria.
Uma mudança nas formas de cultivo também seria de bom grado. De acordo com um estudo publicado no final de 2021 na revista Field Crops Research, o misto entre as culturas, como a criação de cereais e leguminosas em um mesmo ambiente, acaba capturando mais CO2 do ambiente do que as monoculturas, contribuindo para a diminuição do problema.
As algas vermelhas (Asparagopsis) também podem ser aliadas contra as mudanças climáticas. Elas diminuem a emissão de CH4 do gado quando oferecidas aos animais como alimento. Além disso, esses organismos são grandes sequestradores de CO2 da atmosfera e ainda absorvem o excesso de nutrientes dos fertilizantes usados nos campos agrícolas que acabam nos oceanos.
Essas são apenas algumas das diversas formas de mudar o cenário. Basta esperar para ver se elas serão aplicadas na prática.
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