James Webb em nova etapa: espectrógrafos vão explorar dois exoplanetas rochosos

James Webb exoplanetas

O Telescópio Espacial James Webb já está com seus espelhos completamente alinhados. Em algumas semanas, ele deve iniciar suas observações científicas, o que vai incluir o estudo de dois exoplanetas: o 55 Cancri e e o LHS 3844.

Ambos são classificados como “super-Terras” devido ao tamanho e composição rochosa. Ao mesmo tempo, eles são bastante diferentes do nosso planeta. 

O 55 Cancri e está consideravelmente perto de sua estrela, levando menos de 18 horas para realizar uma órbita completa. As temperaturas por lá são tão altas que seu lado diurno parece ser coberto por um oceano de lava.

Os cientistas imaginavam que sua temperatura no lado iluminado pela estrela fosse constante, com a parte diretamente apontada para o astro sendo mais quente. Mas não é isso que acontece. 

Há algumas hipóteses: a primeira é que a atmosfera dinâmica do exoplaneta desloca seu calor, e por isso a quantidade total de calor detectada do lado diurno acaba variando. Outra sugestão é que o planeta gira três vezes para cada duas órbitas, como Mercúrio. 

Nesse cenário, a superfície aqueceria, derreteria e até vaporizaria durante o dia, formando uma atmosfera muito fina. À noite, o vapor iria esfriar e condensar, formando gotículas de lava que choveriam de volta à superfície. Conforme a noite voltasse a cair, elas se tornariam sólidas novamente.

Os cientistas esperam comprovar suas teorias a partir do uso de espectrógrafos do James Webb –aparelho que fotografa o padrão de cores formado pela luz ao atravessar um prisma, conhecido como espectro. No caso do 55 Cancri e, os cientistas devem capturar o espectro de emissão térmica do lado diurno do planeta. 

E onde entra o LHS 3844 nessa história? Esse outro exoplaneta está ainda mais próximo de sua estrela, completando sua órbita em apenas 11 horas. Porém, seu astro-rei é relativamente pequeno e frio, tendo uma superfície rochosa sólida.

Por lá, os cientistas devem utilizar o James Webb para detectar o tipo de rocha que forma o planeta. Isso porque estes materiais possuem espectros diferentes –o granito, por exemplo, é mais claro que o basalto. 

De toda forma, teremos em breve informações sobre planetas rochosos como a Terra, o que poderá ajudar os cientistas a entender detalhes dos primórdios do nosso próprio planeta.

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