Astrônomos narram a morte da VY Canis Majoris, maior estrela da Via Láctea
A morte de estrelas massivas é marcada por um fenômeno conhecido como Supernova. Até então, cientistas acreditavam que tal explosão luminosa ocorria também ao final da vida de estrelas hipergigantes vermelhas. Mas análises recentes sugerem que esta concepção está errada.
Em resumo, a conta não fecha. Não há supernovas suficientes no espaço se for considerado o número de hipergigantes vermelhas que existem. Então, o que está acontecendo com elas?
Há uma teoria: cientistas sugerem que essas estrelas acabam se convertendo em buracos negros. A informação não foi confirmada, mas astrônomos da Universidade do Arizona, nos EUA, chegaram um passo mais perto de descobrir a verdade.
A equipe investigou a VY Canis Majoris, considerada a maior estrela da Via Láctea. Para ter uma ideia, essa hipergigante vermelha tem entre 10 e 15 mil unidades astronômicas (com 1 UA sendo a distância média entre a Terra e o Sol).
O comum é que as estrelas percam massa durante o processo de sua morte, com gás e poeira sendo expelidos de sua fotosfera (região da superfície visível). Quando isso acontece, elas mantêm o formato esférico.
Com a VY Canis Majoris, a história é outra. As hipergigantes tendem a experimentar eventos de perda de massa substanciais e esporádicos que formam estruturas complexas e irregulares compostas por arcos, aglomerados e nós.
Pensando nisso, os cientistas resolveram criar uma imagem completa dessa estrela, que poderia ser usada no futuro como modelo para a morte de outras hipergigantes. Então, eles utilizaram o Telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter Array), no Chile, para coletar sinais de rádio do material lançado pela estrela durante suas erupções.
Os mapas preliminares apontam para o óxido de enxofre, dióxido de enxofre, óxido de silício, óxido fosforoso e cloreto de sódio. A imagem obtida através dos dados foi apresentada este mês no Encontro da Sociedade Astronômica Americana em Pasadena, na Califórnia (EUA).
“Até agora, apenas pequenas porções dessa enorme estrutura foram estudadas, mas você não pode entender a perda de massa e como essas grandes estrelas morrem a menos que você olhe para toda a região. É por isso que queríamos criar uma imagem completa”, explicou Lucy Ziurys, líder do estudo, em comunicado.
Alguns dados obtidos pelos cientistas ainda estão sendo processados, o que significa que a foto pode sofrer algumas atualizações no futuro. De toda forma, os pesquisadores estão mais próximos de entender o que ocorre no momento da morte dessas hipergigantes.
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