Estudo com 450 pacientes aponta eficácia de creme que cura vitiligo
Um estudo da Universidade Tufts, nos EUA, publicado na revista New England Journal of Medicine na última semana aponta que o medicamento em creme Ruxolitinib é eficaz e pode ser a cura para pacientes com vitiligo.
O remédio, que já foi aprovado pela FDA (a Anvisa dos EUA), funciona em até um terço dos pacientes com uso contínuo por pelo menos seis meses.
Vitiligo é uma doença autoimune – ou seja, o sistema imunológico deixa de reconhecer as células que fornecem pigmento e, assim, leva à perda de melanina da pele. A condição não é contagiosa e atinge até 2% da população global, e ficou mais conhecida por ter afetado Michael Jackson.
O Ruxolitinib ganhou destaque porque reflete uma nova compreensão sobre a doença. O creme funciona ao reprimir uma resposta imune hiperativa e, assim, possibilita a repigmentação da pele.
Por enquanto, sabe-se que o remédio funciona melhor na cabeça e pescoço. Outras áreas, como mãos e pés, são mais difíceis de repigmentar, disseram os pesquisadores.
Mas, como é uma pomada, o medicamento não afeta todo o corpo, o que reduz em muito os efeitos colaterais. Até agora, o efeito colateral mais comum foi o surgimento de acne nos locais onde os pacientes usam o creme.
Ainda não está claro se a perda da cor volta depois que os usuários interrompem o uso do medicamento. Uma certeza, porém, é que a pomada não funciona em pessoas com poliose – um tipo de vitiligo em que há perda total da pigmentação levando a cabelos brancos.
Resposta efetiva
O estudo mostrou que quase 30% das 450 pessoas em tratamento ativo com Ruxolitinib tiveram uma “melhora dramática” na pigmentação facial depois de usar o remédio por seis meses.
Metade do grupo fez até um ano de tratamento, o que indica que o creme se torna mais potente ao longo do tempo. Mas há um porém: na pesquisa, mais de 80% das pessoas eram brancas e apenas 3% a 5% eram negras e asiáticas.
Isso demonstra que, na pele branca, os resultados podem ser mais efetivos, provavelmente pela presença inferior de melanina, diz o estudo.
Ainda assim, é algo para se celebrar, disse o autor principal do estudo, David Rosmarin. “O creme de Ruxolitinib estabelece um caminho para que outros tratamentos avancem”, afirmou. “Isso é só o começo”.
O uso da medicação não está disponível no Brasil. A Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo apontou, em julho, que o Ruxolitinib só deve chegar ao país a partir de 2024.
Nos EUA, um tubo de creme custa US$ 2 mil – mais de R$ 10,7 mil no câmbio atual. A tendência, porém, é de redução do preço ao longo dos anos.
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