Por que a neve nos EUA é histórica e está provocando mortes?
Mais de 200 milhões de norte-americanos, ou 60% da população, enfrentam interrupções de energia, frio intenso e riscos nas estradas depois de uma tempestade de neve sem precedentes nos EUA.
O NWS (Serviço Nacional Meteorológico, na sigla em inglês) já classificou o evento climático como “único nesta geração”. Segundo o órgão, mais de 100 recordes diários de baixas temperaturas podem ser batidos até janeiro. “É uma das maiores extensões de alertas de inverno de todos os tempos”, disseram os meteorologistas.
Não é por acaso. A tempestade, que recebeu o nome de “Eliott”, já atingiu uma área de mais de 3,2 mil km e interrompeu a energia desde o estado do Texas, no sul, até Maine, na fronteira norte com o Canadá. Agora, autoridades dos EUA alertaram sobre “impactos potencialmente incapacitantes” nas regiões central e leste do país.
Na véspera de Natal, mais de 1,5 milhão de residências e empresas ficaram sem energia. Pelo menos 13 estados elaboraram planos de resposta a emergências para resgatar pessoas desabrigadas e motoristas presos nas estradas.
De Washington a Flórida, os 50 estados norte-americanos estão sob alerta em sua maioria. Na segunda-feira (26), a atualização de mortes causadas pela nevasca chegou a 57, segundo a emissora CNBC.
: US Remains in Grips of #ArcticBlast With Nine Inches of Snow Expected
What has already been dubbed the "blizzard of the century” claimed an estimated 55 lives & created scenes like out of a war zone across eastern areas, bringing with it power outages & travel chaos#USA pic.twitter.com/uaNknM5CBy
— Zaid Ahmd (@realzaidzayn) December 27, 2022
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O que está acontecendo nos EUA?
O inverno no hemisfério norte já costuma registrar neve e baixas temperaturas normalmente. O que difere neste ano é a formação de um rio atmosférico vindo do Oceano Pacífico que acentuou a umidade, derrubou as temperaturas e resultou em chuva e neve prolongadas.
Mas as mudanças climáticas também têm peso nisso. A força por trás do congelamento nos EUA tem relação com as correntes de jato do Ártico – uma faixa de ventos fortes que envolve o globo.
“Com o clima tão maluco, você pode apostar que é porque a corrente de jato está mais giratória do que o normal”, disse Jennifer Francis, cientista sênior do Woodwell Climate Research Center, à Bloomberg.
A intensidade das correntes de jato são uma marca das mudanças climáticas, assim como as secas, inundações e ondas de calor. No verão de 2021, os EUA enfrentaram calor recorde após uma curva acentuada dessas correntes. O resultado: temperaturas altíssimas na costa oeste e inundações no centro do país.
“Um evento como este pode ocorrer naturalmente”, disse Jeff Masters, meteorologista da Yale Climate Connections. “Mas com a interrupção dos padrões climáticos globais que a mudança climática está trazendo, a probabilidade de ver eventos climáticos incomuns em qualquer estação aumenta.”
Agora, a tendência é que a tempestade de neve diminua lentamente à medida que segue para a região leste do país.
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