Qual a melhor forma de comer um Oreo? Cientistas do MIT tentaram descobrir
Um grupo de cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) abriu nada menos que 1.000 bolachas Oreo para descobrir qual a melhor forma de separar o biscoito. O objetivo era descobrir se existe alguma solução científica para fazer com que o recheio fique nas duas bandas.
Se você já comeu Oreo sabe do que estamos falando: é comum “dividir” o biscoito e, depois, comer separadamente. Só que nem sempre essa bem cirurgia é bem sucedida: um dos lados irá, sempre, ficar com o recheio.
O estudo pode parecer bobo, mas tem tudo a ver com a área de Crystal Owens, doutoranda de Engenharia Mecânica no MIT, que liderou o estudo, Ela pesquisa materiais que podem ser usados em impressoras 3D. Para isso, espreme as matérias-primas entre duas placas de metal em rotações opostas num dispositivo conhecido como “reômetro”.
Seu doutorado se baseia na análise de como os fluidos se deformam e respondem à torção, ou forças de torção. Ela contou em entrevista ao Wall Street Journal que um dia, durante a pandemia, ela e seus colegas perceberam que o biscoito é a aplicação perfeita para esse estudo.
Qual o segredo do Oreo?
Na pesquisa, os cientistas usaram Oreos de vários sabores no reômetro. Depois, os torceram em diferentes velocidades. Após usar pelo menos 1.000 biscoitos, eles descobriram que o recheio gruda só em uma parte da bolacha em 80% das vezes.
Além disso, a velocidade da torção não parece importar: mesmo quando o movimento de giro para separar os dois lados é mais lento, o recheio continua em um lado só. Na velocidade máxima – até 100 vezes mais rápido do que uma pessoa pode fazer – o creme voou das duas metades.
Os pesquisadores também testaram manualmente, mas sem sucesso. “Não houve combinação de nada que pudéssemos fazer manualmente ou no reômetro que mudasse algo em nossos resultados”, contou Owens, ao WSJ. Em resumo, não há nada que possamos fazer para separar com as mãos um Oreo em duas metades seu recheio.
Hipóteses
O grupo entendeu que o recheio que separa as duas partes do Oreo é mais forte do que pegajoso. Por isso, é mais provável que fique em uma parte só do que fixar nas duas partes da bolacha.
Outros materiais com propriedades mecânicas parecidas com o creme, como pasta de dente, iogurte e sorvete, se dividem ao meio quando submetidos à torção adequada.
Os cientistas publicaram suas descobertas em 2022 na revista científica Physics of Fluids. Eles compartilharam sugestões sobre como a Oreo pode ajustar a produção para resolver o problema.
Uma ideia é virar os biscoitos para que a superfície externa, que tem textura, se volte para dentro. Outra sugestão é prender as duas bolachas simultaneamente a uma gota de recheio.
Segundo os pesquisadores, o mais provável é que a bolacha onde o recheio é aplicado primeiro tem uma ligação mais forte com o creme. Mas a pergunta que fica é: biscoito ou bolacha?
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