Aprovada nos EUA a 1ª terapia celular para diabetes da história
A Food and Drug Administration (FDA), órgão semelhante à Anvisa nos EUA, aprovou a 1ª terapia celular para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 1, na última quarta-feira (28).
Chamado de Lantidra, o tratamento inédito se baseia em terapia celular alógena (doadora) de células pancreáticas ilhotas realizada a partir de células pancreáticas de doadores falecidos. Essa é uma conquista simbólica para a comunidade médica e um avanço importante para quem enfrenta a doença.
O órgão aprovou o método para o tratamento de pacientes adultos com diabetes tipo 1. Vale, em especial, aos que têm problemas para atingir os níveis adequados de hemoglobina por conta de episódios recorrentes de hipoglicemia – ou seja, baixa concentração de glicose no sangue.
“A aprovação de hoje oferece aos indivíduos que vivem com essa doença e com hipoglicemia grave recorrente uma opção de tratamento adicional para ajudar a atingir os níveis ideais de glicose no sangue”, disse Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA.
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune crônica. O diagnóstico requer cuidados ao longo da vida, incluindo a necessidade de insulina, seja por meio de múltiplas injeções diárias ou bomba de infusão contínua. Pessoas com a doença também precisam checar o nível de glicose no sangue várias vezes ao dia, como forma de controle.
Tratamento usa células-tronco
A terapia celular envolve a utilização de células-tronco pluripotentes, capazes de se diferenciar em células beta produtoras de insulina. Essas células-tronco vêm de doadores e, após um processo de manipulação em laboratório, são transplantadas para o paciente.
O objetivo da terapia é restaurar a função das células beta do pâncreas. Isso permite que o próprio organismo do paciente volte a produzir insulina de maneira orgânica. Ao reduzir ou eliminar a dependência de injeções diárias, a terapia celular representa uma esperança para uma vida mais saudável e menos restritiva para os pacientes com diabetes tipo 1.
Acredita-se que o principal mecanismo de ação do tratamento Lantidra seja a secreção de insulina pelas células beta alogênicas das ilhotas infundidas. Em alguns pacientes com diabetes tipo 1, essas células infundidas podem produzir insulina suficiente.
Assim, o paciente não precisa mais injetar insulina para controlar seus níveis de açúcar no sangue. A administração do Lantidra pode ser como uma única infusão na veia porta hepática, que acessa o fígado.
Caso necessário, há uma infusão adicional, a depender da resposta inicial do paciente à terapia. Os resultados dos estudos clínicos são altamente positivos.
Pacientes que receberam o transplante de células-tronco mostraram uma melhora significativa no controle dos níveis de glicose no sangue, reduzindo a necessidade de insulina exógena. Além disso, os efeitos colaterais observados foram mínimos, o que reforça a segurança e a viabilidade dessa abordagem inovadora.
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