Dieta mediterrânea reduz risco de declínio cognitivo em pessoas idosas

Dieta mediterrânea reduz risco de declínio cognitivo em pessoas idosas

Muitas pessoas gostam de viajar pelas paisagens de países próximos ao Mar Mediterrâneo. Por lá, há praias, vielas e também muita comida boa. Agora, um estudo descobriu que os benefícios vão além: seguir a dieta mediterrânea oferece menor risco de declínio cognitivo.

O estudo que fez essa associação foi publicado na revista Molecular Nutrition and Food Research e fornece novas evidências para a compreensão de como certos alimentos impactam na saúde cognitiva da população idosa.

O que é a dieta mediterrânea

Frutas, vegetais, peixes, grãos, cereais, oleaginosas (como nozes e castanhas), um pouco de azeite e de laticínios. É basicamente esta a dieta mediterrânea.

Ela recebe esse nome porque é baseada nos hábitos alimentares das populações que vivem em países no sul da Europa, às margens do Mar Mediterrâneo, como Portugal, Espanha, Itália, França e Grécia. Por isso, não há uma única versão deste padrão de alimentação.

De modo geral, especialistas conhecem esta dieta como aquela repleta de comida de verdade. Dessa forma, há poucos embutidos, enlatados e alimentos ultraprocessados. E isso oferece diversos benefícios à saúde, como prevenção de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e redução do colesterol.

Agora, evidências também indicam seus benefícios à cognição.

Entenda a pesquisa

Primeiramente, os pesquisadores desenvolveram o chamado “índice metabolômico dietético”, que consiste em analisar marcadores biológicos dos participantes do estudo que estão relacionados aos grupos alimentares que fazem parte da dieta mediterrânea.

Para isso, eles selecionaram biomarcadores como o nível de ácidos graxos (gorduras) saturadas e insaturadas no sangue, além da presença de polifenóis na microbiota intestinal. 

Os polifenóis são substâncias ligadas à prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e também do câncer. Dessa forma, tem um papel importante na longevidade. 

Com os marcadores biológicos selecionados, eles puderam identificar dois aspectos: provas de que aquela pessoa estava ingerindo grupos de alimentos da dieta mediterrânea e benefícios para a saúde da participante.

Depois, aplicaram cinco testes neuropsicológicos ao longo de doze anos, a fim de estabelecer o comprometimento cognitivo dos participantes.

Então, com todas essas informações em mãos, os cientistas analisaram a associação dos biomarcadores com o comprometimento cognitivo de cada indivíduo. 

Como resultado, o estudo revela uma associação protetora entre a pontuação da dieta mediterrânea com base e o declínio cognitivo em pessoas idosas. “Descobrimos que a adesão à dieta mediterrânea está inversamente associada ao declínio cognitivo de longo prazo em pessoas idosas”, explica Alba Tor-Roca, autora do estudo.

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